segunda-feira, março 23, 2015

DEIXA

Deixa o vento balançar teus cabelos, menina...

Vai que nesse balanço
Ele leva pra bem longe
Qualquer pensamento ruim
que teime em pairar sobre tua cabeça.
Deixa o vento acariciar tua pele, menina...
Vai que esse toque suave
te provoque arrepios
E desfaça qualquer nó
Que travava o riso na garganta.
Deixa o vento te levar, menina...
Vai que no balanço dos seus braços
Ele te faça caminhar por sobre as nuvens,
Alcançar as estrelas
E tu consigas sonhar.
Deixa, menina, deixa!

(Mone – dez 2013)

REVIRAVOLTA


E então fiz a tristeza sorrir

E o choro cair na dança

A indiferença, menosprezada, fugir

E a noite virar criança

A mágoa, esperta,

Saiu de fininho

E o vazio encheu-se de esperança

Agora, a vida

Revigorada e feliz,

Retoma ao seu comando,

O coração, a alma e a mente

E ordena:

Ama, perdoa e sonha!

(Mone-2014)

terça-feira, julho 09, 2013

CONTRADIÇÃO

Parte de mim te deseja                                     
         
Outra parte te odeia

Parte de mim é escuridão

Outra é luz na imensidão

Parte de mim anseia por viver

Outra, apenas,  sobreviver.


(Mone – novembro 2010) 

INSENSIBILIDADE

Vou olhar                                                                

Vou ver
E tudo que for visível
Nada vai me dizer
Vou ouvir
Vou escutar
E será apenas
Um som a mais a soar
Vou perceber
Vou notar
Mas passará despercebido
Ao meu olhar
Vou seguir
Vou andar
E o que pra trás ficou
Não voltará


(Junho – 2012)

sexta-feira, junho 01, 2012


ÊXTASE (Suplicio de uma manga)    

Toma-me em tuas mãos
Desnuda-me
Tira-me a casca
Delicia-te, saboreando cada partícula
Do meu corpo febril.
Com seus lábios
Percorre-me por inteiro.
Não saciado ainda,
Degusta-me e mordisca-me a carne
Então já despida de mim mesma
Qual semente em tua boca
Deixa meu néctar                
Escorrer entre os dedos
E, por fim
Invade meu interior.

(Mone - agosto 2010)




Hoje te vi                                
Você sorria
Irradiava alegria
Perecia haver resgatado
O sentido da vida.           

Hoje te vi
Você sonhava
Corria do tempo perdido
Buscava vôos mais altos
Um resgate de alma.

Hoje te vi
Você cantava
Uma música há muito não lembrada
Que te fez acreditar
Que o tempo não passa.

Hoje te vi
E você caminhava
Passos  firmes e seguros
Não titubeava.

Hoje te vi...
Amanhã, quem sabe?

(MOne)        

ALMA VAZIA

Já inventei pessoas

Coloquei-lhes capas

E as enxergava como eu queria.

Fantasiava que eram compreensivas,

Sensatas e doces.

Dava-lhes a roupagem

Que mais me aprouvia.

Enxertava-lhes sentimentos nobres

E vestia-os com fantasias.

Transformava-os em cavalheiros,

Príncipes e sheiks

Aos quais eu me rendia.

Hoje vejo-os nus,

Pobres, de alma vazia.

(Mone – 2012)